Ecoturismo

A vegetação, as praias, a biodiversidade, as florestas e os campos bucólicos se transformam em uma mescla de atrativos para o turismo ecológico no agreste, sertão e litoral pernambucanos. Ao se aventurar pelas regiões que oferecem esse tipo de modalidade turística, é possível desvendar opções de trilhas, conhecer matas e reservas ecológicas, praias desertas, sítios históricos e manguezais. Para os aventurados, os roteiros do Estado oferecem várias opções, que incluem a prática de esportes radicais, como rapel, asa delta, pára-quedismo, mergulho e expedições off-road.

No Agreste, vale destacar as caminhadas e os treekings (modalidade que remete a passeio a pé com nível intenso) praticados em Bezerros, a 115 quilômetros do Recife. É na Reserva Ecológica da Serra Negra, considerada o cartão-postal da cidade e distante 10 quilômetros do centro, onde estão os programas que possibilitam contato com a natureza e aventura. Através de passeios nos açudes, fontes minerais, grutas, mirantes, formações rochosas e trechos de mata atlântica, podem ser feitas diversas trilhas. Entre elas, a da Pedra Pintada, que se inicia após veículos passarem por um longo trecho com suave ondulação.

Para fazer todo o percurso, é necessária disposição para caminhar por um terreno íngreme, entre vegetação arbustiva, que leva ao topo da pedra pintada onde está incrustado um cruzeiro em madeira. Aos turistas interessados em apreciar a flora de Serra Negra, a sugestão é caminhar até a Gruta do Vino, que fica em terreno irregular e é tomada por aflorametos graníticos. Além do mais, possui vegetação composta por fruteiras, bromélias fixadas nas rochas e pequenos arbustos. A reserva também possibilita a junção da ecologia com a religião, o que serve como gancho para despertar o interesse dos apreciadores do turismo religioso. Para esse tipo de programação, há a trilha da Pedra do Padre Cícero, que se esbanja em terreno acidentado, entre grandes afloramentos rochosos e vegetação arbustiva com bromélias e cactáceas.

O objetivo dessa rota, onde se pode encontrar uma casa de farinha, é alcançar o mirante do Padre Cícero. Por falar em pavilhões que fornecem vistas panorâmicas, vale sugerir uma visita ao mirante do São Francisco, situado num afloramento rochoso na encosta norte da Serra Negra. Do topo, contempla-se a Pedra Pintada e o pôr-do-sol. Do local, ainda se pode ver o Planalto da Borborema. A Pedra do Bico, formação que se assemelha a uma cabeça de tartaruga, complementa a cena paisagística. O entorno do mirante do São Francisco apresenta uma vegetação com arbustos, arvoredos, bromélias, cactáceas e trechos de caatinga degradada.

O Sertão de Pernambuco também é reduto de programações turístico-ecológicas. A cidade de Triunfo, por exemplo, a 450 quilômetros do Recife, também é vocacionada para as atividades de aventura, apesar de localizada na região das secas. O rapel, uma das atrações, geralmente é praticado na Cachoeiras das Pingas, com mais de 50 metros de altura e seis quedas d'água, e na do Grito, com cinco quedas que formam uma piscina. Para se chegar até elas, é preciso encarar algumas trilhas que passam pela Gruta d'Água de João Neco e pelo mirante do Pico do Papagaio - ponto mais alto de Pernambuco, com 1,2 mil metros, de onde se avistam seis cidades e o Vale do Pajeú. Para se chegar às cachoeiras, também é necessário passar pelo mirante do Alto da Boa Vista, que é repleto de inscrições rupestres e fornece vista para a Paraíba.

Outro ponto de ecoturismo pernambucano é o Arquipélago de Fernando de Noronha, que se situa a 345 quilômetros do Recife e tem pouco mais de dois mil habitantes. Formada há 12 milhões de anos pela erupção de um vulcão submarino, as 21 ilhas possuem rochas e um ecossistema formado por flora e fauna marinha diversificadas que tornam o lugar propício para a prática de caminhadas leves a intensas. Com areias douradas, mar que mescla o azul turquesa com o verde esmeralda e pontilhado pelos recifes e corais, as ilhotas podem ser explorada a pé, a cavalo ou de barco. Os turistas que desejarem aproveitar a permanência no destino e fazer caminhadas, entra como dica a trilha do Capim-Açu. Com sete quilômetros de caminhada, passa pelo Farol da Sapata, de onde se tem uma vista privilegiada do arquipélago. Durante o passeio, há parada na caverna do Capim-Açu, onde os visitantes escutam diversos contos folclóricos.

O trekking termina na Praia do Leão, uma das praias mais bonitas e selvagens de Fernando de Noronha. Mais uma sugestão é a trilha da Pontinha, que consiste em fazer uma travessia da Enseada de Caieira para a Praia de Atalaia. São quatro horas de caminhada, com passagens por pequenas penínsulas de falésias, como a Pontinha e a Ponta da Pedra Alta, onde fica um mirante. Esse passeio termina quando os caminhantes atingem as piscinas naturais da Praia de Atalaia. Se a intenção não é percorrer muitos quilômetros, a sugestão é encarar a trilha da Baía dos Golfinhos.

Vale a pena acordar cedo para assistir ao espetáculo que os golfinhos oferecem pela manhã. Já para curtir as praias mais badaladas do arquipélago, os turistas têm como alternativa encarar a trilha Costa Esmeralda, que começa na Baía do Sancho e vai até o Forte de São Pedro do Boldró, considerado um dos lugares prediletos para ver o pôr-do-sol. Outra trilha movimentada é a Costa Azul, que parte da Vila dos Remédios, contorna a orla e passa pela base do Morro do Pico para terminar na Praia do Boldró.