Negócios e Eventos

O turismo de negócios desponta, em Pernambuco, como um segmento que possibilita diminuição da sazonalidade, geração de empregos, promoção do destino e incremento do turismo devido a um aumento do tempo de permanência, à maior lucratividade e à maior arrecadação de impostos. Assim, é responsável por parcela significativa das receitas geradas no setor. Segundo as estatísticas nacionais, o turista de negócios gasta R$ 325 em média, por dia, enquanto o que viaja a lazer não desembolsa mais do que R$ 150. Somente em 2005, para Pernambuco, foram captados 74 eventos (número que permaneceu em 2006), entre feiras e congressos, de acordo com números apresentados pelo Recife Convention & Visitors Bureau. O Estado tem alcançado esse progresso, entre outros motivos, graças ao trabalho de marketing e divulgação de todo o trade pernambucano, que tem se movimentado para revitalizar às áreas e os espaços dedicados a esse tipo de atividade.

Centro de Convenções

Centro de Convenções

Um exemplo é o Centro de Convenções (Cecon), que foi recentemente ampliado e recebeu reformas para climatização do pavilhão de feiras. O pavilhão de feiras conta hoje com 20 mil metros quadrados, depois de ter passado por uma primeira expansão, que também resultou numa área extra de 2 mil metros quadrados. Essas primeiras obras foram incluídas na licitação da climatização do Cecon, que traz benefícios para o pavilhão de feiras, as salas do prédio e da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). Toda essa melhoria se explica porque o trade pernambucano tem se esforçado para alcançar a tendência e as estatísticas do Brasil, que movimenta cerca de R$ 4 bilhões por ano somente com o turismo de negócios. A dedicação tem trazido bons resultados. Somente a Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Embalagens e Serviços para Alimentação (Fispal), que teve a quarta versão realizada no Cecon, em 2006, tem capacidade para gerar negócios de R$ 700 milhões. Outro evento de impacto econômico é o Congresso Mundial de Recursos Hídricos, que acontece em 2011 e deve trazer mil participantes durante cinco dias. Cada um deles deixará, por dia, em Pernambuco, aproximadamente R$ 450 - mais que R$ 100 acima da média nacional.

O fomento do turismo de negócios, no Estado, também se alcança graças ao impulso dado pelos programas de revitalização e integração dos municípios que fazem parte do Rio São Francisco. A irrigação no Vale, especialmente no semi-árido, mostra-se como atividade social e econômica dinâmica, geradora de emprego e renda na região e de divisas para o País: as frutas são exportadas para os Estados Unidos e para a Europa, por exemplo. A área irrigada, inclusive, poderá ser expandida para até 800 mil hectares, nos próximos anos, o que será possível pela participação crescente da iniciativa privada. O programa de revitalização contempla a melhoria da navegação no rio, providência que permitirá a otimização do transporte de grãos (soja, algodão e milho, essencialmente) do Oeste da Bahia para o porto de Juazeiro e, em seguida, por ferrovia, para os principais portos nordestinos.

Além de despontar com progresso nas áreas econômica e agroindustrial, o Rio São Francisco cria oportunidades de ecoturismo, como no Cânion da Baixa do Chico e na Barragem de Sobradinho. Os passeios possibilitam contemplação da vegetação nativa, formada por mandacarus e outros tipos de cactos. Como não poderia deixar de ser, o Pólo Vinícola é o item-chave do Vale para promover o turismo, seja de lazer ou de eventos. A região já produz 15% dos vinhos finos do Brasil feitos com as uvas irrigadas que produzem mais de duas safras por ano. No roteiro do vinho, o turista tem a oportunidade de visitar os parreirais e degustar as bebidas produzidas na região, que deve aumentar o fluxo de turistas na região: dos atuais três mil por mês para mais de quatro mil visitantes mensais. É esse novo quadro que tem despertado o interesse do trade turístico, que se mostra interessado para oferecer boa infra-estrutura aos empresários e turistas que circulam pela região. Em Petrolina, por exemplo, será lançado em 40 meses o River Flat Residence, com 120 apartamentos, na orla. A região, que conta hoje com 40 hotéis, pretende aumentar a oferta de vagas em 50% até 2007, o que soma três mil leitos.

Como Pernambuco tem se consolidado como um dos mais importantes pólos tecnológicos do Brasil, o Porto Digital aparece como gancho para a ascensão do turismo de negócios. Organização social sem fins lucrativos do Governo do Estado, o empreendimento reune aproximadamente 90 empresas que geram 2,5 mil empregos - o que representa 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco. Só a cidade do Recife conta com mais de 200 empresas de informática que faturam anualmente mais de R$ 100 milhões, o que possibilita a atração de indústrias de ponta. O setor de tecnologia de informação da capital pernambucana é tão forte, que a arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS) das pequenas e médias empresas de informática equivale aos impostos pagos pelo setor de turismo no Recife.